terça-feira, 4 de junho de 2013

‘Vi as pessoas que fizeram a confusão’


Por conta do medo e falta de harmonia entre irmãos de cores partidárias distintas, o representante do maior partido na Oposição e o seu grupo de sete correligionários tiveram de abandonar o pequeno povoado de Kuketa. Vivem agora na sede municipal de Londuimbali.

O responsável municipal, Delfino Catumbela, fala de um clima insustentável. “A situação é preocupante, não há condições de segurança e queremos ver a Polícia a investigar”, disse.

Nós já indicamos os nomes de seis pessoas que participaram na morte do nosso militante, mas eles continuam aí a passear, o que dá a entender que há um elogio pelo que eles fizeram”, sublinha Catumbela.
Como tudo aconteceu…
No dia 10, véspera do trágico acontecimento, um grupo de 15 militantes do maior partido na oposição tentou instalar a bandeira da UNITA num local, pertença de um prosélito, de pouco mais de 70 metros quadrados, mas foram impedidos.

Com este episódio instala-se um clima pesado e começam as escaramuças entre os dois grupos, que perduram entre as 11 e 17 horas.

Depois de se verem rechaçados, disseram as fontes, reagrupam-se em número maior no dia 11 e investem contra o grupo de 15 militantes da UNITA acoitados numa residência. A refrega viria a perdurar das 23 às 5 da manhã com resultado da morte de Francisco Epalanga.

Martinho Mbulika, assumido irmão da vítima, disse: “vi as pessoas que fizeram a confusão”. Disse também ter ouvido comentários que em Kuketa “não devia haver sede da UNITA”.
Porquê tando ódio?
Tanto quanto se apurou de fonte ligada à UNITA, este partido ganhou ai com larga margem as primeiras eleições multipartidárias de 1992 e, no âmbito do GURN, a administração esteve a seu cargo.

Passado esse tempo todo há uma inversão na escala da simpatia que era brindada a este ao ponto de se terem radicalizado as posições com claros laivos de ódio e sangue pelo meio, que nem mesmo as mensagens de apelo à irmandade, tolerância e harmonia são bem acolhidas.

Aliás, um importante destacamento da Polícia de Intervenção Rápida estava ali à cautela, não fosse a delegação parlamentar alvo de desacatos.

Neste particular a delegação teve o devido acompanhamento da polícia que pôde manter um nível bom de segurança dos parlamentares que começou ainda na via Huambo-Alto Hama até ao local.

in O PAÍS de 04.06.2013


Sem comentários:

Enviar um comentário